Fui a sua casa, agora se apresentava a mim, seu nome é Wilson. Um homem alto, que usava um chapéu que quase não se via bem o rosto. Fomos caminhando até a sua casa, que era exatamente a última de todas. Não era exatamente uma casa, um pequeno barraco de menos de seis metros quadrados. Lá me contou a sua história, já morou em vários locais em Brasília e tinha um bom trabalho, tem uma filha que ficou com a sua ex-esposa e hoje vivi só. O álcool roubou tudo que tinha, e sem emprego se limita a viver naquele humilde lugar. A palavra certa para ele é essa: humilde. Assim se referiu a si próprio “na humildade”. Após tirar o chapéu dava pra notar uma aparência simples e serena. Ele era apenas um homem de quarenta anos, com uma aparência calejada da vida, alguém aprisionado as bebidas.

Falei sobre caminhos, que tudo começou com uma bebidinha informal e terminou em homem que carrega “pichulas” de cachaça no bolso. Tinha notado que ele sacou uma e colocou na mesa antes de sentar. O mal que faz o torna mais próximo do próximo mal que ira fazer. Mas o bem que faz também o deixa mais próximo do bem que virá. São caminhos paradoxos, ele só precisa começar a escolher o outro caminho, e aos poucos iria segui-lo. Ele seguiu um caminho que o prejudicou muito. Aconselhei a participar de nossas reuniões. Orei e o abençoei. Sei que Deus o ama por dois sinais daquele dia: a Socorro insistindo com ele e nós o visitando. Wilson não é um mal homem, só precisa de ajuda. Já consigo imaginar que ele estará nos meus roteiros de visitas dos próximos meses.