Acredito na generosidade, creio no gene (gene.rosidade) de Deus: capacidade de partilhar acima de qualquer interesse ou utilidade. A bondade tem que originar do alto, somente Deus é bom, e quando estamos Nele, recebemos dessa natureza. Temos o DNA dos céus. Fazemos não porque somos bons, mas porque Ele é bom. A generosidade não visa à recompensa, não requer para si o reconhecimento. Somos indiferentes aos aplausos e elogios, não é isso que nos move. A generosidade é o fim, não o meio. A generosidade não julga e nem condena, não diz quem merece receber, pois o alvo não é a pessoa que recebe, mas o dom que precisa ser distribuído. Através da generosidade, o favor de Deus alcança a muitos. Antes aplauda a Ele, quem fez é digno de honra.
Obras sociais geradas pelo humanismo são movidas pelo mérito da realização, ou seja, se faz esperando recompensa. O olhar não está no próximo, mas no resultado da realização. Semelhantemente a oferta que visa o ganho próprio. Mas pela “graça” sabemos que não recebemos por aquilo que produzimos, mas realizamos por aquilo que já foi recebido. Então a generosidade não é alimentada pelos lucros futuros, mas pelo dom de Deus que já temos em nós. Jesus quer fazer, então eis-me aqui.
O que se recebe pelo realizado é salário, ou seja, pagamento merecido, mas se fazemos por aquilo que foi dado gratuitamente é mérito de Cristo. Ele estava no começo e certamente estará no fim. Somos a via da amabilidade, o amor que vem do alto sai na mesma medida que entra. Não satisfaz somente receber, tem que repassar. Não basta dar somente é necessário ser passível de receber. Somos dutos de Deus, eu e você somos conectados para que o amor entre e saia, produza e multiplique, limpe e console. Não retemos, mas damos gratuitamente, pois sempre teremos mais. Sempre mais. Quem retém não confia que receberá novamente, quem se nega a receber não acredita que é digno de recebê-lo. A fé dita: vocês são dignos de receber e aptos para doar. Quem crê vive esse entendimento, não por aquilo que somos, mas por aquilo que Cristo fez e é.
Amamos pelo amor que recebemos. Somos generosos pela riqueza que já nos foi concedida. Fomos alcançados pela “graça” de um Deus benevolente que não nos condenou e nem rejeitou, mas nos concedeu generosamente de tudo que tem, pois é bom, gracioso e confia em nós. Ele é bom verdadeiramente, a sua bondade nos alcança e nos faz alcançar aos outros. Não vivemos na terra da corrupção, vivemos na terra da generosidade.
Disse Jesus: Desejo misericórdia, não sacrifícios. Sacrifício remete à meritocracia, misericórdia é amor: compaixão feita com o coração. É impossível viver a misericórdia sem aplicar o coração. Se já não precisamos sacrificar, precisamos dar do amor que recebemos gratuitamente. Somos alcançados pela misericórdia, já temos dela e podemos dar.
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Moisés Nogueira de Faria
Pastor Sênior da Com. Casa de Paz, Voluntário e Doador