Estava ainda no Maranhão, tinha 15 anos quando os invejei com as meninas, eles estavam usando e eu não; eles estavam com elas, eu não. Pensei comigo mesmo: “isso é bom”. Meu amigo tentou me impedir, mas sem sucesso. Deixei me enfeitiçar, fui me ajuntar com eles.
Eu COMECEI cheirando lolo, ficava doido com aquilo. A cola quase me matou. Então COMECEI a fumar maconha, e à medida que me envolvia uma turma da pesada se volvia em mim. Minha mãe notou que eu estava COMEÇANDO a mudar então decidiu de lá me tirar. Mas aqui não era diferente, meus primos estavam na ativa também e RECOMECEI o que lá no Maranhão deixei.
Devagar ia avançando até que COMECEI com a merla. Pra isso COMECEI a roubar, roubava somente visando usar. Já não tendo como parar, COMECEI a usar o crack. Não foi uma experiência boa, então retornei para a maconha. Parecia que tudo estava sob controle.
Eu COMECEI a perder a vergonha, usava na frente da minha mãe. No fundo já sabia, mas então ficou tudo às claras. Depois de um tempo, conheci um traficante que me instigou a avançar: “Tenho um crack aqui, mas forte do que pode suportar, se usar vai viciar!” na lata respondi: “Me dá, sou forte e vou usar!” Pura ilusão foi a minha, eu era fraco e sabia disso.
Decidi me afastar e procurar emprego, mudar os ares e melhorar. Em uma obra, meu colega de trabalho perguntou:
– “Tu fuma?”.
– “Sim”, respondi.
– “Fuma crack?”
– “Fumo sim”.
– “Embolado? Na latinha? No cachimbo?”.
-“Embolado”.
-“Na latinha vai viciar”.
-“Sou forte, não vicio”. Pura ilusão.
De um tempo pra cá me entreguei totalmente ao vicio, COMECEI a me render. Decidi ir para a casa da minha vó, mas já não tinha nenhum pudor, usava na sua frente e não me importava com ela. Vendi suas panelas. Vendi as telhas da casa. Vendi até os cabos de energia. Diante de mim ela sentou e chorou profundamente, não sabia o que fazer comigo. Mandou-me embora. Fui morar com um traficante de lá, no começo foi receptivo, mas depois tentou me matar ao descobrir que estava o roubando.
Pedi auxílio à minha família, eles ainda tentaram me internar, mas o que eu queria na verdade era sair daquela situação, logo fugi novamente. Fui parar em Planaltina, mas logo desisti e decidi voltar para Brasília, caminhei 12 horas consecutivas até chegar à rodoviária da cidade. Sentei no chão para descansar os pés que latejavam de dor, uma simpática senhora se aproximou e ouviu atentamente minha história, sacou 10 reais da carteira e pagou minha passagem. Aquilo que tocou profundamente, pois pela primeira vez senti compaixão de alguém por minha situação, fiquei paralisado pela nobre ação dela. Pra mim não fazia sentido o que estava acontecendo, mas para ela sim. Decidi tentar novamente melhorar, me dar mais uma oportunidade para mudar. Peguei um ônibus para o Céu Azul, quem sabe lá me seria mais acolhedor. Eles foram, mas eu não, não mudei nada. Decepcionei aquele que me acolheu: roubei o vizinho. Roubei. Roubei. Roubei.
“Vendi suas panelas. Vendi as telhas da casa. Vendi até os cabos de energia. Diante de mim ela sentou e chorou profundamente, não sabia o que fazer comigo. Mandou-me embora.”
Fugindo do traficante local por mais uma vez, parei cansado e orei ao Senhor: “Eu não quero mais essa vida, quero mudar”. Senti que fui iluminado, entendi que deveria procurar uma igreja. Lá me indicou a DÊ VALOR A VIDA, onde encontrei o Reginaldo e Mateus que me acolheram e estão lutando para eu mudar de vida.
Eu COMECEI a falar a verdade novamente. RECOMECEI a viver. COMECEI a acreditar em um futuro para mim. A Dê VALOR A VIDA está mudando a minha vida.
A vida é cheia de começos e recomeços, se será bom, depende do caminho que está seguindo. As vias dos adictos são muito nocivos, nem todos tem a possibilidade do recomeço. Alguns só vão despertar quando já é tarde demais, outros ainda conseguem uma oportunidade. O importante é saber que existe uma porta aberta e quando eles caem na real podem ainda tentar resgatar as suas vidas. É possível ter milhares de começos ruins, mas é possível viver um recomeçar dando valor a sua vida.
O DÊ VALOR A VIDA faz esse difícil trabalho com dependentes químicos, através dos seus profissionais, centenas de homens puderam regressar ao conviveu com seus familiares. Esse trabalho foi fundado por Hélio Adicto, ex-dependente químico que faleceu esse ano. Hoje é tocado pela viúva dele e por Reginaldo, outro ex-dependente químico que foi reabilitado pelo instituto.
Cada um contribui com o que pode, alguns que chegam lá não tem a mínima condição de serem tratados. Então entra o nosso apoio, para levar alimentos e doações financeiras para que os trabalhos continuem a serem realizados.
Caso queira contribuir, entre em contato pelo WhatsApp: 61 984088536
Tipos de ajudas necessárias: ALIMENTOS EM GERAL, CARNES, DOAÇÕES FINANCEIRAS PARA CONTAS DE LUZ E ÁGUA
Conta DÊ VALOR A VIDA:
Banco: CAIXA
Agência: 4463 OP: 13
Conta: 2480-6
Razão social: Catia Sirlene S Rodrigues
CPF: 647.446.514-9
DÊ VALOR A VIDA
Comunidade Terapêutica para Dependentes Químicos.
Histórias reais de vidas destruídas pelas drogas e reconstruídas pelo amor.