Ela me disse: “Descobri que tenho AIDS”. Demorou um pouco para cair a ficha. Geralmente chegamos apressados, ao mesmo tempo damos atenção e abraços para todos. Fazemos meia conversa com quem é possível: “Como está fulano?”, “Ela saiu do hospital?”, “Sua filha cresceu!” entre outras conversas que temos até o inicio da reunião. Ela queria me contar isso com antecedência. Demonstrei interesse por sua situação e disse que iriamos prestar atenção no caso dela.
Os vínculos propiciam esses momentos onde pessoas se sentem abertas para lhe compartilhar assuntos que não contariam para ninguém. Meu filho foi preso, minha filha tá gravida, meu irmão matou uma pessoa, sou viciada, ele me bateu hoje, aconteceu algo muito grave lá em casa. De repente, somos coparticipantes de centenas de vidas que nos enxergam como amigos interessados em ajudar. Não somos estranhos e nem uma organização, somos gente boa que ajuda.
Ao termino uma pessoa vem me explicar sobre a sua filha que teve um surto e teve que ser internada: “As pessoas na rua me chamam de vadia porquanto eu não trabalho, mas é porque eu tenho que cuidar dela, tem depressão e vive tentando se matar, e agora está ficando pior”. Realmente é uma situação difícil.
Inesperadamente outra chega: “Queria saber sobre aquela bolsa de estudo que você disse”. Ah, não perdi a oportunidade de descascar: “Naquele dia lhe disse para vir fazer o curso de costura, pois depois que se separou abandonou o estudo e eu disse que você deveria mudar! Agora que tenho a bolsa você apareceu! Queria lhe contar que tenho até a pessoa para lhe empregar, mas não vai receber nada porque não veio quando lhe chamei! Se quiser comece a fazer o curso e preste conta ao Pr Clésio, se melhorar eu posso ver a sua situação! ” Atentamente prestou atenção, deu um meio sorriso e disse que iria mudar. Aceitou a repreensão e saiu certa de que eu queria o melhor para ela. De fato, repreendemos quando nos importamos com alguém. Ela é uma boa pessoa e pode dar uma reviravolta na vida, mas precisa de alguém para lhe dizer isso. Quando temos vínculos, palavras assim são aceitas mais facilmente. Amor não é dizer o que a pessoa quer ouvir, mas o que ela precisa ouvir. Com vínculos até as palavras duras caem bem.
Os vínculos propiciam esses momentos onde pessoas se sentem abertas para lhe compartilhar assuntos que não contariam para ninguém.
Hoje de manhã, em minha igreja na escola de domingo, falava sobre o “negligenciar”. Somos negligentes quando não viabilizamos caminhos para as pessoas, não ajudamos a fortalecer a fé e nem mostramos que existe um Deus que nos ajudou e vai ajuda-las. A fé é apoiada quando mostramos o caminho e ainda ajudamos a não desistir dele. Quem nunca seguiu tem dificuldades de manter o passo firme, mas uma pessoa que está nele pode insistir com a outra até que ela pegue o jeito. Junto é mais fácil seguir. Com vínculos ela confiará na outra, mas sem, é somente mais um estranho dando palpites naquilo que não conhece.
Hoje, nas comunidades, eles nos escutam e sabem que desejamos o bem. Não temos outra razão de estar lá senão para ajudar. Não vamos para afundar ninguém, mas para erguer e mostrar que a subida vale a pena.
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Moisés Nogueira de Faria
Líder da Corrente do Bem Brasília / Generosidade.org
Instagram e Facebook: @moisesnogueiraoficial
RELATO RICARDO – TESTEMUNHO
Vimos uma casa simples mas bem limpa e arrumada. Três dos quatro filhos estavam presentes mas ainda não guardei todos os nomes.
Dona Conceição relatou uma vida sofrida desde a infância. Orgulha-se de ter lutado pelas suas conquistas e cuidado da saúde e educação dos filhos. Relata a preocupação de manter um testemunho digno de vida para que eles possam segui-lo, mesmo que ela própria não o teve na infância. Relatou com lágrimas nos olhos que a pouco soube que não era filha biológica da família que pertencia e que agora sua família são seus filhos. Contou-nos sobre o abandono do lar pelo marido e quando questionada sobre se aceitaria o retorno afirmou que sim, desde que o mesmo se predisponha a buscar o tratamento e recuperação de seus vícios e apresentar um exemplo digno aos filhos, caso contrário não.
Relato da Lucilene – Nova Voluntária
Em nosso primeiro encontro a casa do casal, onde sua esposa está em ferma prostada em sua cama com dengue, eles estavam esperando a filha para leva-la ao hospital, sabemos que é uma doença séria e que necessita de cuidados, mas tenho fé que ela será curada e a família poderá se erguer para conquistar suas vitórias.
E a emoção continuou na visita da terceira família, que testemunho tremendo da vida de Dona Maria, que exemplo de vida, mulher forte, guerreira, batalhadeira é forte na fé, com um passado triste, mas mesmo assim não desanimou e luta por uma vida melhor para seus filhos.
Relato Cynthia Marilia – Nova VoluntáriaNosso grupo visitou hoje duas famílias: a da Sra Luzia e Sr João e a da Sra Vanda e Sr Reginaldo.
Conhecemos as realidades e necessidades das famílias. E, aprendi que apesar dos muitos problemas das famílias há várias possibilidades de ajuda ao nosso próximo quando nos unimos em solidariedade. Mãos estendidas oferecendo: uma palavra aconselhadora, um sorriso, um abraço, um aperto de mão, além do alimento material(…).
Atitudes como essas encorajam e dão força para os que são atendidos. Com certeza, o amor ao próximo como suporte venceremos e faremos que as famílias não desistam da caminhada da vida e a fé em um Deus poderoso. É nesses momentos que deixamos nossos melhores e reais sentimentos emergirem.
Como diz a passagem em Mateus 5:26 “Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus.”[/panel]
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