Por que a alegria? Depois de uma semana exaustiva, com muitos problemas e pressões, fazer o bem é praticamente uma terapia. Após visitar uma casa, os ares são outros. Sentimo-nos leves e abençoados. O estresse e cansaço vão embora e então lembramos porque fazemos o que fazemos: o privilégio de ajudar. Ser útil é um tratamento para a alma, sair da rotina e ser presente em uma comunidade carente nos dá sentido para a vida.
De longe, às vezes, pode parecer sem lógica. Mas quando fazemos, algo de bom acontece em nossos corações e tudo faz sentido. Cada visitação, abraço, sorriso e atitude nos dão motivos para estar lá. As portas das casas se abrem favoravelmente e adentramos para conhecer e amar. Em cada uma tem uma superação, uma boa notícia (e às vezes uma má), uma novidade. É uma escadaria que é conquistada degrau a degrau, e nós estamos presentes em cada passo, estendendo a mão e comemorando as vitórias alcançadas.
Cria-se uma barreira de realidade do lado de fora, e outra, dentro. Se as notícias da rua são alarmantes, as outras são mais importantes para nós. Do portão pra fora é outra história; para dentro, é paz, conforto e transformação. E como isso nos faz bem, saber que estão vencendo independente do contexto, que aprenderão a lidar com o mundo e estão desejosos de subir pelas escadarias da vida e serem nossos exemplos de vitória. Não é fácil, mas não é mais impossível.
Mandei chamar a filha, que nunca estava disponível para conversar conosco. A última vez que a vi era uma criança que andava quilômetros de distância para chegar ao colégio. Lembro-me do sentimento que eu tive ao pensar naquela menina andando ao amanhecer sozinha e desprotegida. Agora já é uma moça da minha altura, mas ainda faz o mesmo rito de ir para o colégio a quilômetros de distância, sozinha de manhã. É um exemplo de perseverança, vence dia após dia suas dificuldades e até hoje não reprovou nenhum ano. Ela não conseguia ver sua conquista, mas nós sim. Elogiamos sua conduta e esperançamos seu coração de onde ela poderia chegar. Quem sabe se tornar uma médica ou delegada, para quem está vencendo a sua vida através da perseverança, precisa sonhar voos maiores. Para isso estamos lá. Ela tem subido degrau a degrau. A sua conquista é o nosso pagamento.
Por que a alegria? Depois de uma semana exaustiva, com muitos problemas e pressões, fazer o bem é praticamente uma terapia.
Para alguns o meu conselho é: “Você já está bem resolvido, já pode ajudar ao outros”. Sim, existem famílias que avançaram tanto que já tem condições de ajudar aos outros. Mudarem de lado e serem voluntários de um mundo melhor.
Em minhas mãos represento dezenas de pessoas que doam cestas de alimentos para entregarmos nas comunidades carentes. Pessoas de cada canto de Brasília que decidiram apostar nessas pessoas que visitamos, que sonham com elas e acreditam que possam superar. São mantenedores da luz da Corrente, que vivem o privilegio de contribuir e apoiar quem precisa ser alavancado. Nessa escadaria, tem mãos de muitos mantenedores que desejam ver a superação de cada um deles.
Quem sobe os degraus não são somente eles, mas também nós. Quando somos uteis crescemos com eles, aprendemos, somos aperfeiçoados e temos uma vida leve. Deixamos de viver os nossos problemas para vivermos a solução do outro. Quem sabe a sua solução está em ajudar ao próximo, a sua alegria está em fazer o bem.
Faça sua doação:
Ainda deu tempo para voltar ao templo. Peguei o final da reunião. As crianças estavam comendo hambúrgueres artesanais. Uau! A Artesanal Quatro Burguer doou 200 deliciosos hambúrgueres. Uma alegria especial vê-las se deliciando com algo tão especial. A alegria estava no ar. Com um ar leve cada pessoa se levantava com sua cesta básica e ia para sua casa entendendo a alegria do momento vivido.
Moisés Nogueira de Faria
Líder da Corrente do Bem Brasília
Instagram: @moisesnogueiraoficial