O que devemos fazer para ajudar alguém necessitado? Alguns lares têm tantos problemas que não sabemos nem por onde começar. Quando olhamos o cenário entendemos porque eles não avançam. Pessoas têm problemas e precisam de ajuda.
Certa vez, em uma das nossas famílias, a pessoa morava em um barraco de madeira e dormia no chão, estava grávida e tinha sido abandona pelo companheiro, dois dos seus filhos foram recolhidos pelo conselho tutelar (eles fazem quando é realmente necessário). Ela não tinha o que comer ou a quem recorrer. O que fazer nessas horas? Além dos problemas aparentes existiam problemas ocultos que eram a causa de tudo que estava acontecendo, mas não conseguíamos ver por razão da situação atual que estavam vivendo.
Todos têm problemas, mas alguns têm mais que os outros, e alguns problemas são bem maiores que os demais. Muitas vezes chegamos no olho do furação e não estamos preparados para o confronto.
Podemos tratar genericamente, olhar de longe e dizer o que precisam, ou podemos chegar perto e saber a verdade. As necessidades são distintas. Existem problemas e problemas, alguns são raízes de outros, ou seja, quando são resolvidos os outros também são em efeito dominó. Então logo entendemos que devemos resolver os principais para que os demais desapareçam.
Recentemente, em uma casa, uma pessoa nervosa ao extremo, quando acompanhado, se tornou pacífico e paciente, assim começou a ajudar sua esposa e ser um bom marido, e os demais problemas começaram a serem resolvidos. Os principais problemas não eram a pobreza ou a falta de recurso na casa, mas o temperamento explosivo que precisava ser tratado. Agora, através da paz, a família começou a progredir. As orações e reuniões de culto a Deus trouxeram uma grande transformação para eles.
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Em outros casos, o trabalho trouxe a dignidade necessária para curar os demais problemas. O sentir útil é importante para todo ser humano. Uma atividade gera movimento, ou seja, faz a vida caminhar, pois, estava parada e quando estamos assim é desanimador querer seguir em frente. Mas quando criamos perspectivas de mudanças mostrando que ainda existem possibilidades a fé é restaurada, e ela lhe impulsiona para uma nova estação para sua família. Por isso fazemos uma reunião para abrir suas visões, para puxa-las para frente e dizer que elas podem e são capazes. Olhar o que está adiante de nós é crer que temos um amanhã.
O que temos notado também, que uma família desestruturada é raiz para uma série de problemas. Um lar sem compreensão, amor mútuo e incentivo é destruidor para todos que vivem lá. Um marido que não apoia a esposa gera uma pessoa carente e briguenta; e ao mesmo tempo não apoiado se torna vítima fácil para os vícios do mundo. O casal, envolvido com seus problemas, não apoiam os filhos, que não evoluem na escola e geram mais problemas e dificuldades para a família. Problemas superficiais envolvem o real problema: um lar destruído.
Para tudo isso, notamos que a nossa presença faz toda a diferença. O estar presente é melhor que uma doação física, pois o que elas realmente precisam é atenção, amor e respeito. Inúmeras vezes chegamos trazendo lanches e chocolates para as crianças, mas mesmo quando não levamos nada, elas correm para nos abraçar e seus olhares a todos os instantes nos fazem lembrar o que realmente é importante para elas.
Como saber o que precisam de verdade? Como achar os problemas ocultos? Como se tornar relevante para quem precisa? De longe é impossível saber, somente quem está perto pode notar o que realmente é transformador. Lembro-me de um grupo de pessoas que queriam ajudar e em sua primeira reunião para discutir o que fazer uma pessoa disse que “amava aquelas pessoas” e outro indagou: “Como você pode ama-las se nem as conhece?”. O Apóstolo João nos ensina que amamos o que vemos (no caso de pessoas), sem ver não existe amor. Ele falava do amor ágape (amor atitude, não sentimento) que primeiro vemos e depois a amamos (ajudamos).
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Então o principio certo é ir e conhecer, ouvir e aprender, depois fazer e ajudar. Somente assim somos efetivos, quando desejamos amar não somente para nos satisfazer, mas para transformar aqueles que esperam o nosso socorro. Se observarmos, entendemos como ajudar.
Pr. Moisés Nogueira de Faria
Líder da Corrente do Bem Brasília/Generosidade.org
moisesnogueira.org