Todo projeto social, com o tempo, tende a investir em programas de educação e formação profissional. Sempre dizemos: a cesta básica mata a fome de hoje, mas a educação, a visão e o trabalho matam a fome de amanhã. Ainda assim, ao relembrarmos nossa história, nunca podemos esquecer a importância da arrecadação de cestas básicas de alimento.

Por que é importante?

Porque existem pessoas que passam fome hoje — e elas precisam ser atendidas. Recentemente ouvi o relato de alguém que decidiu organizar sua própria arrecadação para o Vale do Jequitinhonha, depois de assistir a um documentário sobre a fome naquela região. Porém, ao tentar mobilizar doações em um bairro de uma cidade satélite de Brasília, ele percebeu que a mesma necessidade estava bem próxima dele.

A cesta básica é uma ajuda emergencial. No momento crítico de uma família, ela faz toda a diferença. O problema surge quando a doação se torna parte da renda fixa: nesse caso, corre-se o risco de gerar dependência e desestimular a busca por crescimento financeiro. Mas, diante de uma adversidade ocasional, é uma bênção poder ter para doar.

Experiências vividas

Durante a pandemia, lembro-me de pedir aos moradores da comunidade que me indicassem famílias realmente passando fome. No entanto, muitas pessoas que apareceram não estavam em situação de necessidade; queriam apenas receber, porque é natural que todos gostem de ganhar algo de graça. Porém, nem todos precisavam de fato. Por outro lado, também testemunhei momentos em que o sorriso se abria diante de uma ajuda que chegava na hora certa. Nessas ocasiões, era evidente a gratidão genuína — e isso fazia toda a diferença.

A importância da transparência

Hoje compreendo que é essencial manter um estoque preparado para atender emergências. Mas quem busca ajuda precisa ter sua necessidade validada, com coleta de dados e verificações posteriores, para que a doação não seja desperdiçada. Todos querem, mas nem todos precisam.

Por isso, realizamos cadastros detalhados das famílias, verificamos informações em portais oficiais de transparência e acompanhamos a evolução por meio de pessoas conhecidas. Assim, garantimos que a doação realmente chega a quem precisa — e prestamos contas aos doadores sobre o destino da contribuição.

Mais que solidariedade

A arrecadação e a doação de cestas básicas não são apenas atos de amor. São também processos que precisam ser éticos, transparentes e verdadeiros. Afinal, trabalhamos com a confiança das pessoas. E amar é coisa séria.

O amor como essência

O verdadeiro valor da doação não está apenas no alimento entregue, mas no amor que acompanha cada gesto. A cesta básica não é só um conjunto de produtos; é uma mensagem silenciosa que diz: “você não está sozinho”. Quando a solidariedade é feita com amor, ela transforma tanto quem recebe quanto quem doa.

Organização que gera confiança

Amor sem organização pode se perder no caminho. Por isso, trabalhamos com processos bem estruturados, registros atualizados e transparência em cada etapa. Essa organização gera credibilidade diante dos doadores e segurança para as famílias beneficiadas. Quem doa, sabe que sua contribuição está chegando ao destino certo.

Amor com responsabilidade

O equilíbrio entre amor e organização é o que sustenta qualquer projeto social. Amar é acolher, mas também é agir com responsabilidade. Doar de forma consciente é multiplicar o impacto do bem e assegurar que cada gesto seja respeitado, valorizado e lembrado.

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