No último sábado, a Corrente do Bem esteve no Sol Nascente para levar, além de alimentos, um pouco de esperança às famílias esquecidas pelo nosso governo.
O Sol Nascente é, de fato um lugar de muitas reflexões. Muitas lições são aprendidas naquele lugar, mas neste último final de semana a mais marcante pra mim foi o semblante inconformado de algumas pessoas. Explico: apesar de todos os nossos esforços, atualmente, o número de pessoas carentes ultrapassa a nossa arrecadação e por isso, algumas famílias deixam a nossa reunião de mãos vazias, sem a tão esperada cesta básica que ajudará a aliviar a fome durante o mês.
É possível contemplar muitos rostinhos felizes porque conseguiram a cesta de alimentos. Contudo, ainda é possível ver alguns semblantes tristes e até inconformados por não terem recebido a nossa ajuda.
Daí me veio a seguinte reflexão: vemos tantas pessoas inconformadas com a vida que tem, apesar de terem saúde, emprego, moradia e família. Reclamam porque não sobra dinheiro para a sonhada viagem para a praia, porque não podem trocar de carro naquele momento, não podem comprar a bolsa ou sapato de grife ou porque não podem comprar o último celular da moda. Mas bem ao nosso lado, existem pessoas inconformadas porque não receberam uma cesta de alimentos: um socorro para sobrevier à fome. Chocante e contraditório. Parece até que estamos falando de espécies diferentes, mas não, estamos falando de seres humanos. De um lado, um inconformado pela viagem que não fez e de outro um inconformado pelo alimento que não recebeu. É uma situação, no mínimo, reflexiva.
É desolador saber que, ainda hoje, arroz e feijão são itens de luxo. Que existem pessoas que não sabem o que vão comer no dia de amanhã. É até difícil para nós, que temos alimentação garantida todos os dias, imaginar essa situação. Às vezes até desacretidamos que isso possa realmente existir. Mas eu asseguro: existe. A fome existe e existem pessoas que choram porque não conseguiram o seu alimento, como eu pude ver no sábado.
Que possamos refletir um pouco sobre essa situação, olhar um pouco mais ao redor e saber que existem pessoas que precisam de nós para sobreviver. Aliás, todos nós podemos ser o socorro de Deus na vida de alguém.
Hayana Cedro
Colaboradora e Doadora