Era um sábado que vinha antes da Páscoa. As crianças do bairro Sol Nascente estavam muito animadas com as ideias daquela manhã. Tudo indicava que haveria chocolate para todos. Páscoa para eles era como se fosse uma organização de caridade junto com chocolate.

Eu estava parado em frente à nossa base quando uma garotinha se aproximou de mim e disse: “Sabe o que eu vou fazer? Vou pegar chocolate lá e depois volto aqui para pegar mais.” Parecia uma fala inocente, mas trazia consigo uma ideia errada.

Lutamos há bastante tempo contra essa ideia. Muitas pessoas desistiram de procurar empregos para se tornarem caçadores de doações. Elas passam o tempo percorrendo as ruas em busca de carros com o porta-malas aberto ou filas de doações. Onde há algo para ser dado, esse grupo sempre aparece, e eles são frequentadores assíduos das organizações de caridade da cidade. Se pararmos para pensar, uma cesta básica pode custar até 100 reais, o que significa um ganho fácil para alguns.

Parece exagero, mas quando descobrimos pessoas com inúmeras cestas básicas em casa, entendemos que o problema é sério. Foi descoberta uma senhorinha que armazenou dezessete cestas em casa e continuava sua busca frenética. Eles vendem à noite por menos da metade do preço do mercado.

Eles se aproveitam da falta de organização dos projetos sociais e ONGs, pegando o que podem. Às vezes, várias pessoas da mesma família estão na fila para receber doações. Quando não há um registro ou controle adequado, isso facilita a vida daqueles que dependem das doações. As organizações que distribuem sem controle acabam não fazendo um trabalho de qualidade e justo.

“O maior problema é que as doações não são bem distribuídas. Algumas pessoas recebem muito, enquanto outras que realmente precisam não recebem nada. Existem pessoas em situações difíceis que não estão pedindo ajuda nas ruas. Para elas, sobra apenas o que resta.”

Foi por isso que a fala da criança me preocupou tanto; essa maneira de pensar não deve ser passada para as próximas gerações. Precisamos ajudá-los a entender que as doações são para momentos de emergência e não devem ser usadas como fonte de sustento. É importante pegar apenas o que é necessário e dar oportunidade para que outros também possam receber o que precisam quando precisam. Eles devem aprender a compartilhar com os outros.

E paralelamente ao recebimento da doação, fazer cursos profissionalizantes e procurar emprego, entendendo que a grande mudança de vida vem com uma carreira profissional e não com mais uma doação de cesta. A doação é somente para suprir o básico, o resto é ela que precisa se levantar e correr atrás. De barriga vazia é muito difícil buscar oportunidades, então a cesta básica é uma boa ajuda para aqueles que precisam escrever um novo capítulo na sua vida.

ONG DO SOL NASCENTE: CORRENTE DO BEM BRASÍLIA

A Corrente do Bem Brasília, como uma ONG ativa no Sol Nascente, tem uma visão baseada em três pontos: Deus, trabalho e família. Precisamos de fé para mudar de vida, com vida profissional e uma família bem alicerçada.

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Também realizamos ajuda assistencial de emergência. Famílias que estão passando necessidade recebem ajuda aqui.

O nosso PIX é doacao@correntebrasilia.com.br, com uma doação de 59 reais podemos comprar uma cesta básica e alimentar uma família.