
Recentemente, estive no Web Summit, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo. Entre muitas repetições e fórmulas conhecidas, algumas coisas ainda conseguiram me provocar bons insights.
Um termo, em especial, ficou martelando na minha mente: Passion Points — aquilo que desperta nossa paixão genuína, que faz os olhos brilharem e o coração bater mais forte. É o que nos conecta com algo maior do que nós mesmos.
Na hora, uma cena me veio com clareza. Em uma reunião com uma agência de marketing especializada, começamos a falar, sem planejamento algum, sobre ações sociais em comunidades carentes. Contei sobre experiências vividas com a Corrente do Bem Brasília — momentos simples, mas profundamente transformadores. E então, como num passe de mágica, vi os olhos deles se iluminarem. O ambiente mudou. Era como se eu tivesse apertado um botão invisível dentro deles. Ali, no meio de uma reunião de negócios, um Passion Point havia sido tocado.

Percebi que não era a primeira vez que isso acontecia. Essa faísca já tinha surgido em conversas casuais, em filas de supermercado, em atendimentos médicos, entre amigos… Há uma força poderosa quando falamos com verdade sobre o que nos move. A conexão humana somada ao desejo de viver com propósito parece despertar algo adormecido dentro de nós.
Talvez estejamos, todos, famintos por isso. Por algo que nos lembre que ainda estamos vivos. Em meio à correria, à lógica das metas e dos algoritmos, nossas emoções parecem cada vez mais anestesiadas. E, por isso, o chamado ao essencial — servir, amar, se importar — ressoa tão forte.
No fundo, todos ansiamos por uma pausa no automático. Por voltar ao que é simples. Ao que é real.
Porque é ali que mora a vida.
Na palestra, diziam sobre a importância de criar narrativas em torno dos Passion Points, pois essa seria a essência do marketing. Acredito que este texto é exatamente isso.
Moisés Nogueira de Faria – @moisesnogueiraoficial