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COMO A AUSÊNCIA DA GESTÃO PREJUDICA UMA ONG

gestão de ongs
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Preste atenção nesse texto o assunto é gestão de ongs:

Somente poderá ser incluída na lista de viúvas aquela que tiver mais de sessenta anos, que tiver sido esposa de um só marido e que seja recomendada pelo testemunho de boas obras: se criou filhos, se exerceu hospitalidade, se lavou os pés dos santos, se socorreu os atribulados, se viveu na prática zelosa de todo tipo de boa obra.” (1 Timóteo 5:9,10)

Há quase 2000 anos, Paulo trabalhava com listas de beneficiários e critérios para a doação de alimentos, mas ainda hoje existem instituições que não registram nem o nome completo dos beneficiários. Jesus alimentou milhares de pessoas no deserto com um sistema de agrupamento e distribuição, aproveitando 100% sem desperdícios. No entanto, hoje, com toda a tecnologia disponível, muitos são contrários a qualquer tipo de controle. Sem registros, sem nomes, sem critérios, sempre improvisado e muitos insatisfeitos.

Certa pessoa matriculou seus filhos em uma escola de música de uma instituição. Por várias semanas, sempre no momento da espera do início da aula, era informada de que a mesma não aconteceria. Por razões técnicas, falta de energia, falta do professor, ou mudança de horário da aula (que não foram informadas). Parecia que seus filhos não existiam (sem nenhum cadastro). Nem sabia se seus pagamentos estavam sendo contabilizados. A frustração com a atividade era perceptível. Trocas de mensagens semanais com alunos e professores resolveriam facilmente o problema.

Lembro-me de uma instituição que registrava apenas o primeiro nome dos alunos da turma e era incapaz de informar sua participação nas aulas. Aos poucos, eles foram desaparecendo. O problema não estava nos alunos, mas na ausência de gestão.

PRIMEIRO CORAÇÃO, MAS GESTÃO TAMBÉM

Se o toque da trombeta é incerto, quem se levantará para a batalha? Sem organização e acompanhamento, quem acreditará naquele trabalho? Nessa semana, conversando com um possível novo professor de reforço para a Corrente do Bem Brasília, após apresentar toda a organização, perguntei: ‘A única coisa que eu preciso é que você coloque o seu coração nesse trabalho e ame essas crianças! Pois, se você não estiver certo do que quer, nem você acreditará e nem seus alunos!’. Ele teria que fazer o cronograma, plano de trabalho, procurar ajuda e se aperfeiçoar. Se vai fazer algo, faça mesmo!

Todo trabalho contínuo gera um aprofundamento de conhecimento, ou seja, com o tempo se aperfeiçoa. Podemos começar com muitas falhas, mas com o andamento, se torna mais eficaz. Aprendemos que existem pessoas cheias de artimanhas para conseguir doações e, por isso, precisamos dispor de ferramentas para realizar uma ajuda justa e eficaz. Para ajudar é necessário ter coração, mas se o coração for grande demais ficará certo de manipuladores e pedintes.

Hoje temos acesso a relatórios de transparência do governo para saber os benefícios de cada um, e podemos realizar pesquisas de campo para saber as principais necessidades da comunidade. A ideia é alcançar as pessoas que realmente precisam de ajuda e não somente aquelas que estão desejosas de ganhar a doação. Amor e gestão andam juntos.

AJUDA PERMANENTE X AJUDA EMERGENCIAL

Semana após semana, ouvimos a pergunta: ‘Vocês estão distribuindo cestas?’. E nossa resposta é: ‘Não distribuímos cestas, acompanhamos famílias!’. Nunca distribuímos cestas, entregamos toneladas de doações anualmente, mas distribuir é algo que fazemos com critérios. Deveria haver pelo menos um critério: estar passando fome. Milhares de pessoas em todo o Brasil depositam recursos em nossas contas bancárias para a compra de alimentos. Elas confiam que faremos o melhor e nós não queremos decepcionar. Com o nosso sistema de gestão, baseado em um conjunto de critérios determinados por meio de uma pesquisa de campo realizada anualmente, entregamos as doações em uma reunião organizada, acompanhada de uma palestra sobre família e trabalho.

De acordo com o Apóstolo Paulo e a igreja primitiva, somente viúvas poderiam ser incluídas na lista de beneficiárias de doações permanentes. A primeira recomendação era que a família fosse o suporte delas, mas na ausência desse apoio, a igreja oferecia ajuda. Todos poderiam receber assistência em situações de emergência, como perseguição ou catástrofe, mas apenas nesses momentos.

Saber distinguir entre ajuda emergencial e ajuda permanente é de extrema importância. Ninguém está imune a infortúnios, e, portanto, a assistência de emergência é necessária. No entanto, devido à falta de gestão adequada, essa assistência muitas vezes se torna permanente, o que pode levar a conflitos futuros.

A assistência permanente se torna uma muleta quando não é substituída por programas de formação e desenvolvimento. O entendimento de Paulo está correto: viúvas (que não têm condições de se casar novamente) e pessoas mais velhas precisam de assistência contínua na ausência de apoio governamental e familiar.

gestão de ongs
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Lembro-me do caso da senhorinha com dois netinhos que pediu para participar da lista de assistência de uma instituição. A primeira pergunta realizada: “Cadê o seu filho? O pai dessas crianças?”. “Ele trabalha e tem carro, mas não ajudar em nada”, foi a resposta. Ora, era necessário acionar a justiça primeiramente nesse caso!

MUITO CORAÇÃO E POUCA GESTÃO

Normalmente, encontro presidentes de ONGs com esse perfil: muito coração e pouca gestão. Com um brilho no olhar, eles servem à comunidade, mas com o tempo, esse entusiasmo vai se apagando devido à falta de controle, que gera inúmeros problemas, como descomprometimento, ausências, falta de apoio e problemas financeiros que minam a esperança de muitos empreendedores sociais.

Certa vez, o presidente de uma ONG me ligou pedindo ajuda. Estava sem dinheiro, sem tempo, sobrecarregado de trabalho e sem perspectivas para o futuro. A falta de doadores estava impedindo o progresso da instituição. E isso é algo muito comum hoje em dia: a ausência de uma boa gestão que gera desorganização, minando a credibilidade e afastando doadores e patrocinadores. Um doador prefere direcionar seus recursos a uma instituição confiável.

 

 

“E isso é muito comum hoje: ausência de gestão que gera desorganização que mina a credibilidade afastando doadores e patrocinadores. Um doador prefere ofertar seus recursos em uma instituição confiável.”

oda instituição precisa de um calendário de atividades com períodos pré-definidos, incluindo recessos e feriados. É importante estabelecer um início e fim para as atividades, com momentos de descanso programados para colaboradores e voluntários. A equipe também necessita de férias.

Imagine um voluntário trabalhando incessantemente todas as semanas, sem descanso, durante vários meses. A falta de programação resulta em insatisfação e, gradualmente, prejudica o relacionamento. É essencial proporcionar uma boa experiência aos voluntários, já que a maioria deles é temporária, e outros podem chegar por meio de recomendações.

“É necessário prover uma boa experiência para os voluntários, pois são em sua maioria temporários, mas outros virão pela indicação deles.”

Sem cadastro, sem comprometimento. Por que os alunos faltam tanto? É porque ninguém controla suas frequências e não existe penalidade. Com o controle de turma e a possibilidade de suspensão, logo a maioria entra nos eixos e os índices começam a melhorar.

Em uma entrega de doações no Sol Nascente agendada pontualmente às 9h da manhã, ao término (11h), uma senhora chega apressada e diz: ‘Ufa! Ainda bem que eu consegui chegar!’. A resposta foi simples: ‘Você não chegou! A reunião já acabou!’. A reunião tinha encerrado e nenhuma doação seria mais entregue. Ela saiu resmungando e dizendo que nunca mais voltaria, mas voltou e nunca mais chegou atrasada. Será que estamos sendo rígidos demais? Não. Antes dessa regra, mais da metade chegava atrasada e muitos só apareciam para pegar o alimento e ir embora. Toda ausência (falta), mesmo em uma reunião de assistência, deve ser questionada, assim como comportamentos errados. Com isso, alcançamos reuniões organizadas, sem estresses e todos presentes, atentos a cada palavra dita.

Com a organização, é possível ver o aumento da frequência dos usuários, o surgimento de pessoas comprometidas e uma melhor distribuição do trabalho. Os doadores e patrocinadores surgem depois dessa etapa.

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AJUDANDO MILHARES COM UMA EQUIPE PEQUENA

Durante a pandemia, ajudamos mais de 5.000 pessoas com uma equipe de 20 pessoas. Como isso foi possível? Amor e tecnologia. Assim como Jesus multiplicou os pães e deu aos apóstolos para distribuir, acredito que Deus multiplicou os alimentos em nossa ONG e nos deixou responsáveis pela distribuição. Ele envia os recursos, mas somos nós que fazemos a distribuição.

Foi possível realizar a distribuição de forma eficaz devido a um software que desenvolvemos. Esse software nos permitiu gerenciar os cadastros das famílias, realizar pesquisas, verificar as informações junto ao portal da transparência e programar entregas com o máximo de eficiência. Em alguns casos, conseguíamos fazer toda a análise e entrega no mesmo dia. Conseguíamos identificar pessoas que tentavam receber ajuda mais de uma vez, assim como membros da mesma família que faziam contato esperando conseguir mais de uma cesta. Nossos filtros impediram milhares de assistências incorretas.

 

“Conseguíamos identificar pessoas espertas que tentavam mais de uma vez, assim como pessoas da mesma família que faziam contato esperando conseguir mais de uma cesta. Nossos filtros impediram milhares de assistências erradas.”

Certa vez, foi necessário levar 70 voluntários a uma comunidade carente afim de realizar um recadastramento e pesquisa. Com formulários nas mãos, mais de uma centena de lares foram visitados. Agora, uma pessoa com apenas um computador e um celular consegue realizar o mesmo serviço. Assim como é possível controlar dezenas de atividades e a frequência de centenas de alunos.

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Um sistema de doação online pode ser facilmente encontrado por possíveis doadores que procuram fazer sua contribuição. Sem visibilidade, sem ajuda. Não é necessária uma grande equipe para isso, mas é necessário gerir bem as informações para que todos possam saber para onde estão indo suas doações. Veja a nossa.

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